Feira do Poeta: um ano de (re)conquistas
Os escritores sabem que seus escritos precisam de leitores e que leitores precisam de poesias e histórias através das quais possam viajar. Mas escritores também sabem que é preciso criar pontes entre suas criações e aqueles que as querem conhecer. Uma das boas pontes é a Feira do Poeta.
Para quem não conhece, a Feira ocupa um espaço não muito grande, mas aconchegante e bem organizado no Largo da Ordem. Durante décadas foi referencia, mas sumiu do cenário curitibano por cerca de 12 anos, ressurgindo em março de 2015.
Este núcleo nasceu em 1981 com o nome Projeto Poetas na Praça, desencadeado pela poetisa Maria de Jesus Coelho que queria um espaço para si e seus colegas. A Fundação Cultural de Curitiba atendeu a reivindicação e a FUNDEPAR ampliou o apoio, cedendo equipamentos para impressão artesanal. No final do mesmo anos nascia a Feira do Poeta.
Muita coisa aconteceu. A equipe apoiou, publicou e mostrou muita gente enquanto transitava por vários espaços, incluindo o Centro de Criatividade do Parque São lourenço, a Casa Romário Martins, a casa nº 108 da Rua Claudino dos Santos e ganhou sede própria, ao lado da Casa Romário Martins. Depois de tanto fazer, a Feira sucumbiu. Mas poesia é como aquelas plantinhas de raiz rasteira, que some aqui e aparece acolá. E reapareceu pelas mãos de Luiz Carlos Brizola. Ele contou em entrevista que reabrir a Feira do Poeta foi uma ideia grupal. Veio à tona em meio a uma série de movimentos como o Cutucando a Inspiração, Sarau Popular, Escritibas e Meninas que Escrevem (atual Marianas). De posse da proposta, Brizola foi a Fundação Cultural de Curitiba que apoiou e ajudou a negociar a recuperação do espaço.
Nesta semana a reabertura da Feira do Poeta completou um ano, fortalecida pela participação coletiva. Tem nova forma de funcionar e presta apoio aos escritores de diferentes linguagens. É, principalmente, um espaço de divulgação para autores de Curitiba e região metropolitana. Mas está aberto aos músicos e outros artistas que queiram realizar performances e intervenções diversas. Além da disponibilização do espaço, presta serviço de orientação para editoração, apoio logístico aos Escritibas e aos projetos Sarau Popular e Cutucando a Inspiração.
A Feira do Poeta é hoje, a casa do escritor de Curitiba e região, mas para lançamentos e eventos, recebe autores de qualquer lugar do Brasil.
Os domingos são reservados aos lançamentos e manhãs de autógrafos. Entre terça e sexta, além do apoio logístico já citado, é possível fazer consulta ao acervo, obter informações e consultoria para editoração.
Até fevereiro de 2016 contava com a coordenação apenas de Brizola, mas partir de março de 2016, Geraldo Magela passou a integrar a equipe. Magela, que está na foto da antiga Feira do Poeta, é quem a define como “espaço plural, com várias linguagens, literárias ou não”.