Lá vem Maria

Autora

 

 

A autora por ela mesma

Desde agosto de 1957 estou por aqui, titubeando, buscando o prumo tentando achar equilíbrio. Muitas vezes enveredei pelo universo do ter e tentando me encaixar no mundo de agora, atropelei o que sou. Outras, apenas experimentei, descobri, conheci e enriqueci a alma. Assim cursei psicologia,  mergulhei na aprendizagem de terapia de família, descobri  que desde sempre pensei sistemicamente, holisticamente e que, nós, seres humanas somos, definitivamente, parte integrante da família, da comunidade, do bairro, da cidade, do país, do planeta, do cosmos. Somos únicos e interdependentes.

Andei de sul a nordeste pisei em países vizinhos, experimentei,vivi, viajei, tropecei, recomecei,mergulhei na literatura e agora, no estudo dos Florais. E assim, depois dos cinqüenta, tenho crenças bem delineadas – lastros de minha própria jangada – que espero sejam ampliadas e enriquecidas.

Creio

Que a vida compartilhada torna a jornada mais leve e prazerosa;

Que vínculo e limite são os alicerces da educação para a vida;

Que tecnologia é o recurso que salva no varejo e mata no atacado;

Que felicidade existe sim, mas está colocada na simplicidade e na valorização de detalhes que costumamos desprezar;

Que trabalhar é vital, mas ser obrigado a trocar a vida pela subsistência é doença social;

Que para apropriação da proposta de Paulo Freire é preciso conjugar reflexivamente o verbo oprimir desde a primeira pessoa do presente do indicativo;

Que nenhum sistema político é melhor ou pior que o outro, mas nós, humanos, os tornamos igualmente disfuncionais;

Que morte é essencial a preservação da vida;

Que só podemos melhorar o mundo se começarmos por nós;

QUE É POSSIVEL, com todos os percalços e atropelos TORNAR A VIDA BOA E BELA.

Só não estou convicta de que é possível salvar o planeta com nós, os humanos, por aqui.