Lá vem Maria

Precisamos de ajuda, e o resto do mundo ocidental também

dez 31, 2018 por

Dois vídeos mostram que precisaremos de muita ajuda. O primeiro vídeo, o documentário “A Facada no Mito” (https://www.youtube.com/watch?v=8hv1D6EgWfc) pode indicar que PF, MP e o TSE, junto com STF,  podem estar alinhados com a grande uma  fraude nas eleições de 2018 no Brasil. Os indícios  são muitos e não temos notícias de investigação séria e profunda. Ao contrário, parecem encobertos por instâncias que deveriam investigar.

Além do que relata o vídeo citado, há as violações que estão acontecendo desde o impeachment (golpe), ou antes, no chamado Mensalão. Saímos do estado de direito e vamos mergulhando cada vez mais na violência legalizada. Mortes de lideranças, incêndios, destruição de plantações e expulsões,  que  antecedem a posse do eleito. A aceleração do cumprimento da promessa de campanha –  liberar o porte de armas-, no atual contexto, significa licença para matar dado a certos segmentos, contra outros, desarmados e sem respaldo da policia ou do MP. Com apoio presidencial explícito, esses crimes podem virar epidemia. Além do incentivo dado pelos discursos do candidato, agora eleito, assistimos a outro. O discurso das ameaças terroristas que, junto  com a parafernália bélica montada para a posse do eleito,  indicam que o Brasil deve ser o grande mercado da indústria do armamento e que querem trazer para o país, o terrorismo de estado que chamam de antiterrorismo. O golpe foi, e continua sendo, um projeto de apropriação de riquezas e território, através da associação entre segmentos externos e setores políticos e do judiciário brasileiro. O que foi retratado em 2016, no texto “Logística, Tática, Estratégia e Golpe II”, publicado neste blog (http://lavemmaria.com.br/logistica-tatica-estrategia-golpe-ii/?fbclid=IwAR0W5N-FdnSkYsCtxeH1epJtxcKPSPV6FZEn7ZBkwQmtWh76kA_id11MT-Q),  alem de comprovado,  revelá-se pior.

O segundo vídeo, “Bolsonaro se reuniu com membros do grupo Bilderberg” ( https://www.youtube.com/watch?v=gs0IPQN9nKk&feature=youtu.be&fbclid=IwAR3I8DUvPFleIX3_WDoCKnPYKyk8rSqkbf-cVgARgI9wQ7drq0DSKarNcrA),  já está sendo referendado pelos atos do eleito, mesmo  antes da posse.

O Brasil pede socorro, mas não será o único país atingido. Outros países  também serão, e não apenas os do continente. O equilíbrio do mundo será afetado e isso fica claro ao considerarmos as associações  internacionais do grupo eleito. Alianças que podem ser avaliadas pelas presenças no ato de posse.  Além desses fatos e atos,   creio que todos sabem que o Brasil já é um grande consumidor e também atravessador de cocaína, assim como devem saber que os norte americanos Alfred McCoy, Gary Webb e Michael Levine denunciaram que as guerras localizadas,  promovidas por ação dos EUA, são financiadas pelo tráfico.  Foi assim que a heroína invadiu a Europa durante a guerra do Vietnã e a cocaína e o crack invadiram os EUA e o Brasil durantes os conflitos da America Central e as ditaduras do continente. Antes, a relação custo-benefício podia compensar.  EUA estava alinhado com os países da Europa. Hoje, há fortes indicações de que articula a posse de riquezas e territórios da América Latina e talvez Israel seja o único parceiro.

Em suma. o que acontece aqui afeta o mundo ocidental.

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Votou nele, assuma a responsabilidade

out 31, 2018 por

Um candidato é eleito pregando o ódio ao PT e aliados, usando a disseminação de Fake News pérfidos (calúnias virtuais inescrupulosas, que degradam nossos valores fundamentais), com disparos ilegais, propagandeando o porte de armas e fazendo apologia a violência contra diferentes segmentos da sociedade. Foi eleito porque mais de 50 milhões de brasileiros aderiram a esse discurso. E se aderiram é porque se identificam com ele. e não se importam com a fraude, nem com a segregação dos grupos sociais a que o eleito propõe perseguir. O número de eleitores que simplesmente disseram que não se importam, esbarra em 70% do número de eleitores que se opuseram a esse projeto. Então precisamos perguntar o que faz com que essa nação aceite essa inversão dos princípios éticos? O que faz com que perseguir, segregar e odiar tornem-se aceitáveis e o inverso, tornem-se valores a serem varridos de nossas vidas? Isso não é novo. Nesse país xinga-se integrantes do MST, que buscam terra para produzir, de bandidos e estende-se tapetes vermelhos ao grileiros que conseguem enriquecer, independente de quantas mortes sustentam o enriquecimento. Nesse país prende-se moleques e mulheres da ponta do tráfico e orgulha-se de fazer parte da lista de convidados das festas do mandante do tráfico. Se esse candidato foi eleito com Fake News que qualquer um que quisesse poderia checar e ver que eram postagens falsas é porque esses “princípios invertidos” são parte da nossa sociedade. Estavam latentes e foram adubados e regados. Triste ver isso. Triste ter que admitir isso. Triste olhar para pessoas próximas e saber que elas não votaram enganadas.

Por isso digo: VOTOU NELE, ASSUMA SUA RESPONSABILIDADE.

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De Gregory Bateson a Cristopher Wylie

out 29, 2018 por

De Gregory Bateson a Cristopher Wylie – O conhecimento aplicado ao domínio e à destruição das nações

Durante a II Guerra Mundial, a OSS, precursora da CIA, ocupou Gregory em usar seu conhecimento sobre padrões e cultura para manipular mensagens interceptadas e perturbar a comunicação das potências do Eixo. Eles usaram suas habilidades de modo anti ético em direção a tudo contra o que ele tinha trabalhado e isso partiu seu coração.”

O texto acima foi extraído do vídeo “Uma ecologia da mente [on gregory bateson’s thought]”, produzido por Nora Bateson, filha de Gregory Bateson. O vídeo está postado no link https://vimeo.com/142576244.

Bateson foi biólogo e antropólogo e, além de consolidar a cibernética, estudou culturas diversas, decodificando seus padrões de relação e de comunicação. Em associação com cientistas de diferentes áreas, produziu conhecimentos que permitem aos profissionais da saúde mental entendimento das disfunções presentes nas famílias com sofrimento mental.

Ocorre que o mesmo conhecimento, usado inversamente, permite criar disfunções, não apenas em grupos circunscritos, como em uma nação, se aplicados em massa.

O legado de Bateson e colaboradores sobre os padrões culturais e de comunicação são aqueles que norteiam meu olhar sobre nossos conflitos e sobre as grandes mídias brasileiras.

Os mesmos referencias que psicoterapeutas de família têm a disposição para suas interferências em grupos com sofrimento mental como, por exemplo, a esquizofrenia, são usadas de “ modo anti ético em direção a tudo contra o que ele tinha trabalhado” e são aplicados para potencializar conflitos, promover rupturas internas e favorecer a apropriação, por organizações transnacionais, dos recursos de países diversos, principalmente por meios de comunicação que, agora, incluem as mídias sociais.

Por outro lado, na atualidade, os grandes grupos transnacionais têm a seu dispor, dispositivos para obter informações a respeito dos perfis de pequenos, médio e grandes grupos socioculturais. Informações que incluem padrões de cultura e relacionamento, os valores, os pontos de maior tensão, transformações em andamento, comportamentos emergentes e potenciais. Em suma, os elementos que podem ser usados para potencializar conflitos.

A matéria“Cristopher Wylie,  Cérebro da  Cambridge Analytica” (https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/26/internacional/1522058765_703094.html) começa com “Christopher Wylie se define como “um jovem canadense vegano e gay que projetou o arsenal de ciberguerra da nova extrema direita norte-americana.” Ele também declara ter desempenhado papel decisivo nas vitórias de Donald Trump e do Brexit.”O ‘Brexit’ não teria acontecido sem a Cambridge Analytica”, afirma.

Para termos defesa, e para que nosso lugar de viver seja preservado, precisamos ligar Bateson e Cristopher.

Entendo que a associação entre os conhecimentos produzidos pelas equipes de Palo Alto (o “colégio invisível” onde Bateson reunia os pesquisadores) e os de Cristopher Wylie, (que produziu sistemas de coleta e análises de informações das redes sociais) são os principais fundamentos das interferências nefastas em nossa vidas. É necessário considerá-los para pensar os golpes atuais na América Latina, a última eleição na Argentina e, principalmente, o golpe no Brasil. Em todos encontramos os padrões midiáticos que servem a “perturbar a comunicação”e promover confrontos potencializando os pontos conflituosos como, por exemplo, faz-se com a exacerbação do preconceito.

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A Arte Original dos Povos Originários

nov 11, 2016 por

 

 

 

img_0346Contamos mais de quinhentos anos desde a primeira invasão. Com a colonização, a arte  europeia  foi espalhada pelo território que antes era compartilhado pelos povos originários, plantas e bichos. Desde a chegada dos portugueses, navios foram aperfeiçoados. Ficaram maiores e mais velozes. Motores foram criados e, tenho impressão, que a roda foi reinventada. Trens e trilhos, carros e estradas, rádios, aviões, neons e televisão. O mundo ganhou aparelhos e mais aparelhos que replicam infinitamente a palavra escrita ou falada enquanto a prosa das comadres sume do mapa junto com o descanso do fim de tarde. Manufatura, a construção lenta e cuidadosa de cada objeto, virou exceção. Mas, superando todas as formas de opressão, muitos grupos de diferentes etnias, resistem. Uns mantém seus saberes pré cabralinos. Outros resgatam parte do que perderam. E todos nos ensinam que há outras maneiras de viver, que retratam em sua arte. A arte da humanidade que cultivam através dos tempos.

Parece distante ou fora de alcance, mas há, em Curitiba um espaço gostoso e bem cuidado, que mantém, para exposição e venda, a Arte Original dos Povos Originários.

Xondaro fica na rua Tibagi, 333, lj 1, no centro de Curitiba e alguns produtos estão na página da loja: facebook.com/xondarocwb.

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Encantamento em Voos Literários

nov 11, 2016 por

Voos Literários

Voos Literários

Descobri que exerço todos os direitos do leitor. Não sabia, mas faço isso há cinquenta anos. Desde o tempo em que descobri que as palavras escritas nos levam a todos os cantos do mundo. Elas nos apresentam as mais diversas culturas e as infinitas diferenças que compõem a beleza do mundo. Acabo de conhecer esses direitos, exercidos desde o tempo em que, deitada sobre o assoalho cuidadosamente encerrado e lustrado de meu quarto, mergulhava nas histórias de Monteiro Lobato ou nas páginas traduzidas de Mil e Uma Noites.

Confesso que também viajava na história ilustrada do Brasil e que ainda tenho na memória a imagem idealizada de Pedro Alvares Cabral e seu chapelão ornado com uma imensa pena. E mais. Virava e revirava o Atlas, tentando achar o lugar das histórias que lia ou  imaginando futuras viagens.

Mas o assunto são os direitos que acabo de descobrir. Foram apresentados, em cuidadosa leitura encenada, pelo ator Carlos Moreira, no espetáculo Voos Literários, do grupo Parabolé. Além de Carlos, Larissa Lima e Vanessa Vieira integram o trio de atores que encantam.

Assistindo Voos Literários puxei o fio da infância, fiz uma pausa para resgatar a beleza da vida e recompor a energia.

O espetáculo trata do prazer de ler e o faz de forma a provocar um “que pena que acabou”. Levi Brandão assina a direção artística e os atores, a cada movimento, espelha a criança de cada um. Rennan Negrão fez de cenário e figurinos uma obra de arte indivisível e perfeita para este espetáculo.

Ao Parabolé: obrigada! Continuarei exercendo todos meus direitos de leitora!

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O Crônicas segue, apoiando a Resistência.

ago 17, 2016 por

 

lançamento do Crônicas da Resistência em Curitiba

lançamento do Crônicas da Resistência em Curitiba

Hoje, 17 de agosto de 2006, mais um exemplar do livro “Crônicas da Resistência – Narrativas de uma democracia ameaçada” partiu. Seguiu rumo a capital de outro estado brasileiro. Uma pessoa jovem presenteou outra, também jovem.
Poderia imaginar que nossas narrativas teriam grande impacto na vida da pessoa presenteada ou do presenteador, mas não é assim que sinto. A verdade é que o fato trouxe uma alegria orgulhosa. A pequena crônica, que condensa anos do olhar que lanço aos fatos, será lida por quem chegou ao mundo uns trinta anos depois de minha aterrizagem. Mas em minutos de conversa, três décadas que poderiam ser um abismo, transmutaram em tempos de aproximação e entendimento.
Encaramos os fatos com focos semelhantes. Entendemos os fatos com profundidade e amplitude similares.
A experiencia provocou uma viagem no tempo e lá estou, com idade próxima a da pessoa que presenteou e da que foi presenteada. Resgato o longo caminho de aprendizagens. E, na ponta de cá, entendo o mundo com critérios próximos aos daqueles que só caminharam metade do caminho que já fiz.
Retomo também as conversas com outros autores do livro, no ato do lançamento de Crônicas da Resistência. Nas narrativas estão desde olhares de pessoas com idade próxima a minha, quanto a deles. Muitos com atuações admiráveis. Muitos anônimos e, assustadoramente, lúcidos.
Enfim, a experiencia de hoje soma-se a outras e prova que o mundo é diverso e complexo. Essa realidade estanque e dicotomizada que nos vendem todos os dias interessa ao golpe e aos golpistas.
Essas pessoas de pouca idade, admiradores dos regimes ditatoriais que tomam as mídias não são maioria. A população do Brasil, assim como o mundo, é complexa, heterogênea nos mais diversos aspectos, incluindo o humanitário. A consciência segue curso não linear, mas a propaganda não dá destaque àqueles que estão do outro lado, que não pactuam dos interesses de quem dá a vida valor menor que o capital.
Ao final da reflexão, concluo que Crônicas da Resistência pode fazer diferença na vida de quem presenteou e de quem foi presenteado. As narrativas dirão a eles que há respaldo para seus pensamentos, suas análises, suas críticas e seus entendimentos. Pode ser alento para que sigam diferenciados. Para que não se vejam sozinhos em meio a essa versão sem luz nem esperança que querem nos impor.

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