Lá vem Maria

Logistica, Tática, Estratégia, GOLPE!

jul 21, 2016 por

Parte I
1 – OS TENTÁCULOS DO GOLPE

imagem de http://presal.hotsitespetrobras.com.br/tecnologias-pioneiras/#1

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Nesta década o Brasil ficou marcado como o país dos excessos. Vivemos e continuamos a viver o excesso do legislativo, dos meios de comunicação, do judiciário e de todas essas instâncias em associação. Não temos tempo para digerir uma notícia bomba e outra já é lançada no ar. Antes que possamos obter algum aprofundamento e separar shows midiáticos de ações pertinentes do judiciário, novos atos são espalhados aos estrondos. Algumas ações do judiciário que inundam os meios de comunicação poderiam ser considerados meras trapalhadas, mas servem para criar confusões, nunca desmanchadas. Os veículos que acusam geralmente não anunciam o erro e se o fazem é sem o estardalhaço usado anteriormente.
Enquanto essas sequencias intermináveis de fatos esdrúxulos tomam nossas vidas, o impeachment da presidente da república é imposto ao país. Resistimos. Discutimos. Declaramos que somos contra o golpe. A tese de que não há crime que justifique o impeachment torna-se irrefutável. No entanto, por mais fundamentada que seja, a conclusão não ganha manchetes nos velhos veículos de comunicação.
Hoje, nenhum senador poderá alegar ignorância da ausência de crime. Nenhum parlamentar poderá afirmar que há base legal que sustente a continuidade do processo. No entanto, seguindo  com a  lógica enlouquecedora, o Senado Federal ainda pode votar pelo fim do mandato da presidente da República.
Antes dos depoimentos dos técnicos do Banco Central e de diferentes setores do governo à Comissão do Impeachment no Senado, a ilegitimidade do processo já poderia ser detectada e, provavelmente comprovada. Áudios das conversas de Sérgio Machado com Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros, gravadas pelo primeiro, invadiram as mídias brasileiras e mostraram que o processo de impeachment é golpe. Segundo as versões pautadas nos mesmos áudios, é um golpe engendrado para evitar que a corrupção dessas velhas raposas escapasse dos quartos escuros da república.
Não contesto a primeira parte da conclusão, mas não concordo com a segunda.
Do meu ponto de vista, a corrupção que envolve esses políticos e que existe, no mínimo, desde a ditadura militar, foi usada como recurso para acelerar a execução do golpe. Penso que os articuladores do impeachment temiam a natural reversão de um quadro artificialmente criado. Com o vertiginoso esvaziamento do apoio popular e sem crime que justifique o impeachment, o processo seria inviável. Para evitar uma derrota, lançaram mão de chantagem dissimulada e bem arquitetada que coroou 11 anos de demolição moral dos governos eleitos com com um golpe institucional. Acredito também que o vazamento dos áudios, assim como o vazamento de supostos pedidos de prisão dos contemplados, não são mais que estratégias para manter e aprofundar a ruptura democrática. Na corda bamba e na eminencia de ter suas vidas tão destruídas quanto a de vários integrantes do PT, os denunciados atendem e atenderão as demandas dos articuladores do desmantelamento do Brasil.
O fato do grupo aliado ao governo interino ter sido denunciado pelos mesmos veículos de comunicação que, nos últimos 11 anos, fizeram campanha sistemática e articulada contra os governos eleitos, reforça a tese. Sem esquecer que parte desses veículos ou seus donos são também objeto de investigação e, portanto, cuidam de salvar a própria pele promovendo o golpe.
Há ainda a hipótese de eliminação das disputas internas do grupo golpista, favorecendo a rápida execução de um plano, provavelmente articulado antes da instauração do processo de impeachment. A hipótese tem fundamento. É visível que existem motivações mais profundas e mais graves que as expostas nos áudios. Entre elas, a entrega do Pré-Sal, a demolição das relações internacionais ampliadas desde 2002 e o fim da participação do país no BRICS. Somam-se aos motivos anteriores, a eliminação de direitos trabalhistas e de benefícios sociais, a maciça privatização das estatais a preços irrisórios, a liberação da venda de terras a estrangeiros e, possivelmente, a abertura do país ao comércio internacional de armas.
Além destes aspectos é necessário considerar que o golpe brasileiro não é fato isolado. Acontece em paralelo a outros, em países do mesmo continente e que colocam a América Central e do Sul sob risco. Risco potencializado pela instalação de bases militares norte americanas em países vizinhos. Uma delas na tríplice fronteira, próximo ao Aquífero Guarani e da usina hidroelétrica que abastece Brasil e Paraguai, também recentemente golpeado.
Portanto, o golpe pode ter motivações caseiras, mas os fatos indicam que podem servir a um propósito maior e pior. Isto implicaria na associação de políticos, comunicadores e donos meios de comunicação, empresários e juízes brasileiros com instâncias internacionais. Neste caso, de acordo com o artigo 1º da Lei Nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983, todos estariam, ou estão, incorrendo em crime.

“Art. 1º – Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:
I – a integridade territorial e a soberania nacional;
Il – o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;
Ill – a pessoa dos chefes dos Poderes da União.

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Crônicas da Resistência no Paranaaqui

jul 11, 2016 por

No dia 28 de julho de 2016 marcaremos nosso posicionamento: somos terminantemente contra o golpe que toma o Brasil.   O ato que sela nosso compromisso com a democracia contará com o lançamento do livro Cronicas da Resistência, organizado por Cleusa Slaviero, publicado pela Editora ComPacto e que traz o registro de nossos olhares.
Compartilhamos aqui a matéria da jornalista  Ana Maria de Jesus, publicada no Paranaaqui em 07/07/2016

Lançamento do livro Crônicas da Resistência 2016

Lançamento do livro Crônicas da Resistência 2016

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Escritores promovem ato em defesa dos direitos políticos de Dilma Rousseff. No dia 28/07, no Teatro da Reitoria da UFPR, acontecerá o lançamento do livro Crônicas da Resistência 2016. O livro traz o selo da Editora ComPactos e foi coordenado por Cleusa Slaviero. As crônicas, assinadas por escritores e profissionais das mais diversas áreas e de vários estados do Brasil, mostram a leitura dos momentos políticos conturbados pelos quais o país passa. O prefácio é assinado pelo Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Perez Esquivel e, a contracapa, pelo Teólogo, intelectual e pacifista Leonardo Boff.

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Escritores: Silzi Mossato, Paulo de Jesus e João Bello

Para a romancista Silzi Mossato, autora de uma das crônicas, o livro revela olhares sobre o golpe, abordando aspectos e ângulos diversos e afirma: “Fazemos o ato ciente que, se desistirmos, não seremos uma nação, não teremos uma pátria que nos acolha ou que abrigue as próximas gerações”.

O escritor e poeta Paulo de Jesus, autor de uma crônica, alerta que a sociedade não pode compactuar com o golpe branco. Crônicas da Resistência é um grito coletivo de 83 brasileiros em prol do estado de direito. Será um ato político de resistência ao golpe branco que assola a nação e diz: “O evento será mais que o lançamento do livro com registros históricos dos momentos conturbados que estamos vivenciando. Será um ato político em defesa do mandato da Presidenta Dilma, da democracia e do respeito aos mais de 54 milhões de votos”. O poeta, músico e educador João Bello diz que a democracia, em momento algum, deve ser cerceada e afirma: “Será uma noite de Cultura e Resistência pelos nossos sonhos, ideais e pela democracia. Somos a Curitiba hospitaleira, generosa, solidária e queremos mostrar isto recebendo autores de todo o Brasil que bravamente resistem a esse momento crítico”.

O evento é aberto e gratuito e conta com o apoio dos movimentos sociais. Os autores explicitam que todos os defensores e simpatizantes da democracia e do pleno estado de direito estão convidados a comparecerem e fazer deste evento um grandioso ato político em prol da democracia.

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