Não espere por mim, Margarida
Não espere por mim, Margarida.
Abdicar é a conta da revolução e escolhas são feitas de planos e despedidas.
Mudo de rota, de roteiro, de sonhos e aspirações. Na bagagem, risos e choros, noites nuas e outras, cheias de ternura.
Carrego no mesmo laço os espinhos da estrada e as flores coloridas, as picadas das abelhas e o sabor do mel que sacia.
Estou de partida e não tenho o desenho da estrada. Acaso ficasse, morreria. E, creio, de nada vale ter ao lado, um morto vivo. A vida, Margarida, não perdoa quem deixa o medo refrear o caminho.
Não espere por mim, doce amiga.
Lindo, poético, rico de metáforas daquilo qe vale viver e do que é preciso largar…
Palavras que alcançam, minha cara Margarida.