A PALAVRA É RECONCILIAÇÃO
O mundo que vejo depende da janela que abro. Nalgumas, o descalabro, o abuso, a submissão, aportes da tristeza e descrença. Noutras, a inocência, o otimismo, o comprometimento, a solidariedade e a simplicidade de quem segue cuidando dos seus.
Neste contraditório mundo há tantas janelas e tantos mundos quanto meus olhos queiram.
Escolhi abrir a boa janela da arte.
Primeiro a da palavra, do gesto, da postura, da interpretação irretocável de Toni Ramos e Dan Stulbach no filme Em Tempos de Paz. O descalabro transfigurado em poesia de corpo e voz, a adaptação da peça de Bosco Brasil, é quase teatro na tela.
Um filme remete a outro. Retratos da Vida, de Claude Lelouch com coreografia de Maurice Bèjart, tem na música e na dança suportes para desnudar o absurdo com sensibilidade. No elenco Geraldine Chaplin, James Caan, Robert Houssein, Nicole Garcia, Fanny Ardant, Jorge Donn, Rita Poelvoorde.
Mais de vintes anos separam Tempos de Paz e Retratos da Vida. Uma palavra os une:
RECONCILIAÇÃO.
E por falar em arte, na belissima ilustração de Erly Ricci, o por do sol na Ponta da Pita, Antonina, Pr. As fotos também são dele.